terça-feira, fevereiro 03, 2009

Abstração prática

Pisaram no meu pé, e essas flores são tão cheirosas... E esse mar verde encanta e faz brotar um novo universo, quase como se toda vez que eu entrasse nele, eu renascesse... Como se toda essa angústia abafada simplesmente invertesse os polos; de contensão, passasse a irradiação; de dentro pra fora, de mim pro universo.
Sabe quando tem uma constante que de repente já não é mais uma constante, mas sim uma eterna transformação de si mesmo? Isso é atingir a prática da lei cósmica.
O próprio tempo implica em mutação, e correr contra isso só obstrui os caminhos, quer sejam estradas, almas, energias... Reter energia sobrecarrega um ser humano, e ele acaba com tantos kilos de pressão que acaba explodindo.

Sei lá... Acho que a vida é um fluxo interminável de trocas. Você deixa uma coisa ir, recebe uma coisa, mas continua plácido, como as águas de um rio. Em constante movimento, mas ao mesmo tempo, inerte. Você flui pelo mundo, e deixa tudo o que é vivo fluir através de você.

Uma perfeita sintonia... Como música. Como aquela música: samba de uma nota só. E quase todas as outras... Voando por todas as notas, mas elas são só consequências, e fazem parte do mesmo campo harmônico; é uma nota só, na verdade. E é assim com tudo o mais... As pessoas são diferentes nos detalhes, mas são iguais. Fazem parte de uma mesma coisa... São uma mesma coisa, integrados uns com os outros.
E como é fácil esquecer isso, e como é triste esquecer isso...

E um beijo de luz pra todos nós, seres vivos, mutantes, belos e inquietos, limitados pela cultura da morte, do fim acíclico... Ou não.

Nenhum comentário:

Arquivo do blog

Colaboradores