quarta-feira, setembro 13, 2006

moi, le stupide

[pausa mais longa que o esperado para trocar o teclado]

Como eu ia dizendo, se esse texto não der certo, nenhum outro dará. Já faz muito tempo que eu tento, desesperadamente, me expressar de forma entendível, mas não consigo! O que me resta são papéis com idéias sem vida! Pior que inacabadas, elas são deficientes... Sem possibilidade de recuperação.

Apesar de as palavras nunca terem o significado exato do que eu espero, e apesar de eu nunca, mas nunca mesmo, estar satisfeita com o que eu escrevo (afinal, como é que se fica satisfeito com uma porcaria dessas?) [...] Deixa pra lá. Esqueci o que eu ia falar. Mas deve ser lógico. Pensa aí um pouquinho pra ver se você consegue entender.

É horrível a consciência de sua própria impotência!

É horrível querer expressar uma idéia e não conseguir!

É angustiante!

Caralho... Eu me sinto péssima no momento. Que inveja tenho eu dos escritores que conseguem falar em um parágrafo o que eu sinto durante minha vida inteira! Que inveja tenho do inatingível!

Eu sei que é impossível ficar satisfeito com a materialização de uma obra; afinal, ela nunca sai da mente do jeito certo. Sai sempre torta, ou pulando... Obras de arte (se é que eu posso chamar isso de arte) são formas de existência das mais indisciplinadas.Eu só não queria ficar assim!

Acho que a minha frustração é culpa da minha arrogância e incapacidade de aceitar defeitos, tão recorrente na adolescência do ser humano... Principalmente se o ser, no caso, ficar ouvindo que é mais inteligente que a maioria das pessoas. Mas que culpa o ser tem? Ele simplesmente nasceu assim! E ele ainda é ridículo a ponto de ter pensado em dizer que tenta não ser, só pra se fazer de coisinha inocente, quando, na verdade, esse ser adora ser mais esperto, ser elogiado!

Ele sente um prazer sombrio em sentir dor, em se sentir frustrado, em se sentir inútil, e ainda utiliza esses sentimentos pra se esquivar de suas responsabilidades. Porque? Talvez seja porque a essência desse ser é ser preguiçoso e, pela sua inteligência, usa artimanhas bem pensadas que possibilitam sua inércia. Aí, quando começa a ficar sem desculpas pra continuar sem fazer porra nenhuma, usa a brutalidade e a máscara da incompreensão; afinal, se ninguém entende, ninguém vai perceber que o motivo simplesmente não existe!

Ou talvez seja a consciência de usar essa inteligência e sempre sair ganhando que gera culpa. Ter consciência de cada vez que falou algo que magoou a outros, ou imaginar demais que causa mal. Ter essa certeza devastadora de que só gera desgraça, trabalho, penúria.

Mas a maioria dessas coisas não é consciente. Só se torna consciente por períodos, nos quais o ser tenta mudar. Ou entra em mais uma crise de depressão, ódio e auto-flagelação, que só acaba quando o esquecimento se inicia.

E o esquecimento gera mais problemas ainda, pois não é um esquecimento seletivo; ele se alastra, deletando da memória tanto momentos bons quanto ruins.

Opa! Então, é a consciência de sua inteligência que gera a culpa, que gera a depressão?

Cara, eu queria saber.

Porém, não entendo mais nada... A verdade pode ser outra, cuidadosamente escondida por entre as camadas do subconsciente propositalmente complexo (por não ver graça em ser de outra forma), com uma ridícula necessidade de se auto-afirmar, beneficamente ou prejudicialmente.

Porque diabos eu ainda tento? Porque eu não apago tudo, rasgo tudo, queimo tudo logo de uma vez, se eu sempre fico com ódio da minha mediocridade?

Porque quando eu escrevo, eu me compreendo. Porque eu converso comigo mesma. Que feliz hein? Eu percebo meus defeitos, pra tentar mudar, e acabar adquirindo outros piores! Porque, afinal, adultos são piores que adolescentes. (E eu sou uma adolescente quase adulta, eu acho...) Mas continuando:

E, se você parar pra pensar filosoficamente, se pergunte: o que é vida? O que é arte? E o tempo? Se você sabe que um dia ele chega ao fim, ele VAI chegar ao fim, e você não tem certeza se seus esforços te levam pra onde você quer ir. Porque, afinal, o acaso é o grande protagonista da história. Mas não acaso no sentido de aleatório. Acaso no sentido de “hey, você não tem controle sobre sua vida! Por mais que você ache que tem, chega um dia, inesperado, que você leva uma sacudidela de algo e adeus toda a sua suposta ‘estabilidade’”.

Nem falei o que pretendia, e nem gostei muito de minhas palavras; vou gostar ainda menos da segunda vez que eu abrir pra ler. Mas da terceira, depois de vários meses, provavelmente, vai me parecer interessante. Será?

Só o tempo vai dizer

Ei!

Quem é você, seu curioso, que anda lendo o que eu escrevo?

Ah! Sou só eu, mesmo...

Tomara que a mamãe não leia isso.

Ps. Como esse texto foi ficando tão grande? Pqp! Eu queria conseguir parar de mexer nele. Vou acabar cagando o pau, como sempre...

Ou perdendo uma história em detrimento de outra, não necessariamente melhor.

Ótimo; deixem que eu me apresente: Nightshade, a Prolixa Compulsiva Dramática Consciente Irônica Auto-Depreciativa Exagerada. : )

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