aniversário

e aqui me acho
há vinte anos eu estava nascendo; estava vivendo meu primeiro dia.
é engraçado como você esquece as coisas mais importantes da vida, tipo como é respirar pela primeira vez, como é ver sua mãe, como é Ser um bebê.
mas você é a consequência do que te aconteceu...
então, de certa forma, está tudo gravado aqui.
o tempo... o tempo destrói tudo; o tempo possibilita tudo.

é um sentimento complicado esse de completar vintão..
:D

e, como era de se esperar, estou em conflito.

um conflito emocional completo, perfeito.
as pessoas dizem que a perfeição não existe, por falar nela, mas eu acredito no contrário.
a perfeição é o que é.
a existência, uma formiga, as deformidades...
porque existimos.
porque sabemos que existimos.

... mas mais uma vez me sinto dividida em mil pedaços.
parece que eu gosto de me mutilar... pequenos pedaços, pequenos estilhaços de Lays estão voando por aí nesse exato segundo, porque minha mente está nesse paradoxo multidimensional.
mas não falemos mais...
não pensemos mais.

deixemos que o caos de meu cérebro se abrigue nessas palavras, só durante um instante, só pra existir fisicamente.
gotas de mim... essas palavras.

mas eu dou meus pedaços de bom grado para meus desejos. pois o que eu seria sem eles?
o que eu seria sem minha angústia, sem meus conflitos?
algo menos do que eu.
algo menos do que eu tenho o direito de ser, porque eu escolhi assim muito antes de nascer,
ou porque eu não tive escolha nenhuma.
tanto faz, na verdade
nosso cérero limitado não tem a menor capacidade de entender o Todo, a não ser que não existíssemos
e eu estou errada, claro, pelos motivos óbvios.

enfim... já prolonguei o suficiente.
parabéns pra minha mãe, e não pra mim
:)