quarta-feira, novembro 15, 2006

minha vida não tem título.

eu só estou aqui, sentada numa cadeira, esvaziando em palavras a angústia que insiste em me dominar.

meus passos não deixam rastros.

vou caminhando e fazendo um barulho tão alto que se torna impossível de se escutar, e meus passos são tão incertos que não formam uma trilha. eles simplesmente deixam marcas absurdas e ininteligíveis.

em mim mora alguma coisa. alguma coisa que faz parte de mim, e que eu não sei se deveria ter o direito de existir.


e meu coração? meu coração, que gasta todo o seu combustível em segundos, me deixando seca como uma pedra? sentimentos intensos, absurdos, e fatalmente perecíveis.


sim, sou lixo orgânico. facilmente biodegradada.

exageradamente biodegradável!

degrado vidas.
principalmente a minha.


e ainda assim meus olhos astutos prestam uma atenção curiosa, clínica, às merdas que ocorrem à minha volta.

desculpe, vida, por não confiar muito nas palavras das pessoas. elas costumam camurflar, justificar atos que predizem a verdade a respeito delas. eu, tão boa em julgar a vida dos outros, tão boa em dar conselhos, me vejo presa no meio de diversos caminhos que devo julgar e escolher, mas não posso. não posso abrir mão de certas coisas! mas tenho que fazer minha escolha rápido,antes que a vida a faça por mim.
pelo menos vou manter um certo nível de controle sobre tudo, e não deixar a culpa flutuando por entre os fatos que influenciam minha vida.





queria ter coragem de morrer...
quando eu falo "se cuide" é pra mim que estou falando. porque, da mesma forma que eu não penso em morrer, não penso em viver.
resultado: acabo preenchida com estofa.
porque estofa? porque a unica utilidade dela é preencher.. e o resto do raciocínio, deixo a seu cargo. essas frases nem precisavam ser ditas; foi só precaução.

falou..

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