quarta-feira, dezembro 09, 2009

resumos e analises

Buñuel
Cinema: Instrumento de Poesia.

O Cinema é, para Buñuel, um instrumento de libertação mental, de subversão da realidade, ao mesmo tempo em que amplia essa realidade, com o uso de símbolos do subconsciente, para retratar melhor emoções.
Nele há a maior desproporção entre possibilidade e realização de todas as artes. O cinema é mal explorado, de acordo com Buñuel, pela maioria de seus realizadores, que insistem em meramente reproduzir a realidade tal como ela é, usando temas pobres e já muito explorados.
O cinema proporciona um habitat psíquico que resulta numa profunda imersão do espectador na obra cinematográfica, mas “as telas se comprazem no vazio moral e intelectual”, ao invés de explorar temas subversivos e que causem reflexão da condição humana. Ele diz que “uma pessoa de cultura mediana desprezaria qualquer livro que contivesse um dos argumentos que são apresentados nos principais filmes. Entretanto, confortavelmente instalada numa sala escura, fascinada pela luz e pelo movimento que exercem sobre ela um poder quase hipnótico, seduzida pelo interesse do rosto humano e das fulgurantes mudanças de lugar, essa mesma pessoa quase culta, aceita placidamente os temas mais desprestigiados.”
Ao invés de nos fazer refletir, os cineastas evitam temas polêmicos para nos fazer esquecer “as horas de trabalho”, e usando temas que seriam o prolongamento da nossa vida comum, primando pelo nosso conforto intelectual, em contraponto à nossa reflexão crítica.
Buñuel diz, também, que o bom cinema é raramente visto na lista dos sucessos de público e de crítica. Diz ele que “a essência cinematográfica brota insolitamente de um filme medíocre, de uma comédia bufa ou de um folhetim tosco.”
Também diz que “em todo filme a poesia cinematográfica luta para vir à tona e se manifestar”, ou seja, na maioria dos filmes há pelo menos um momento em que aparece alguma poesia, e que só valem a pena os mesmos cinco minutos de um filme considerado muito bom e outro considerado muito ruim.
Por imergir o espectador em seu mundo, em sua diegese, induzindo emoções mesmo que passageiras, o cinema é uma arma poderosa nas mãos de um espírito livre. Ele tem a capacidade de inspirar um sentimento passional em qualquer âmbito, seja político, seja artístico, ou qualquer outro.
“O cinema parece ter sido inventado para expressar a vida subconsciente, tão profundamente presente na poesia; porém, quase nunca é usado com esse propósito.”
Buñuel, ainda, faz uma crítica ao neo-realismo: diz que suas únicas contribuições foram enriquecer a linguagem do cinema e ter elevado o quotidiano ao nível do drama, citando uma cena do filme “Umberto D”, que mostra dez minutos do cotidiano de uma empregada doméstica, e de forma que cause curiosidade e suspense por parte do espectador.
Ele fala que o neo-realismo nada fez além de recortar pedaços de situações reais e corriqueiras e montá-las em filmes que retratam uma realidade incompleta e racional, “absolutamente desprovida de poesia, mistério e tudo o que completa e amplia a realidade tangível”, excetuando o filme “Ladrões de Bicicleta”.
“O fantástico não existe, tudo é real”, eis uma frase que resume o que Buñuel quis retratar em seu texto. Para ele, o cinema deve ampliar a realidade, a explicar metaforicamente, mas com o propósito de retratá-la com mais precisão, e não dissolvê-la na incompreensão.
Ele diz que luta por um cinema que “me dará um visão integral da realidade, ampliará meu conhecimento das coisas e dos seres e me abrirá o mundo maravilhoso do desconhecido, de tudo o que eu não encontro no jornal nem na rua.”


Edgard Morin
Inclusão: verdade da literatura.

Morin fala que o conhecimento científico específico limita o ser humano em partes, se contrapondo a todo o universo que ele é. A literatura, por outro lado, comporta todas as dimensões humanas, o tratando como algo complexo, de muitas facetas.
A ciência determinista o vê como uma máquina trivial, um objeto a ser dissecado. A literatura vê o conjunto, e como ele se comporta no meio. Ela usa a linguagem da vida, pois a retrata.
Ao contrário da ciência determinista, ela é abrangente e subjetiva. Ela aborda o humano em sua complexidade, principalmente, e também em sua personalidade e subjetividade. Ela, também, mostra uma visão compreensiva do ser humano considerado “desprezível”, explica sua condição marginalizada.
O entendimento do homem como um ser complexo, completo, é importante porque a ciência o vê como um ser prosaico, mutilado, e esquece do principal: sua relação com a demência, com a loucura.

Homo sapiens
“Não existe uma razão pura, abstrata. Sempre há a participação da emoção na razão. O homem não consegue se dissociar da razão.”
Emoção >> paixão >> delírio >> loucura
Loucura é o problema central do homem (sobretudo do homem e um pouco da mulher)
Poder, ambição, jogo, ciúme são coisas que causam loucura no ser humano. Esses são os temas de grandes obras.
Homo faber
O homem como trabalhador. Nessa definição, esquece-se do homem com imaginário, com sonhos, com mitos. Nela, esquece-se que ele necessita desse imaginário, da novela, para ver sua própria realidade.
As grandes obras-primas criam mitos que fracassam com a criação das forças desenfreadas de destruição.
Homo economicus
O ser humano como apenas um desenvolvedor de negócios com fins lucrativos,uma das necessidades do homem no mundo moderno
A riqueza da literatura é juntar a linguagem lógica racional com a analógico-simbólica. Ela une o indivíduo com a sociedade. Ela inclui o invisível da sociologia, a pessoalidade. Mostra sua imprevisibilidade.
Adorno: “A literatura é, em si mesma, conhecimento do homem, da sociedade, não o instrumento aplicado de uma psicologia ou de uma sociologia.” Ela inclui o invisível da sociologia, a pessoalidade. Mostra o indivíduo humano, com sua complexidade, exige a imprevisibilidade de alguns atos humanos. Mostra a instabilidade da personagem(sua multiplicidade interior: mentir pra si mesmo).
A literatura mostra que cada pessoa é um cosmos de sonhos, de desejos... única e rica, mesmo que aparentemente vazia e frívola.
A realidade vista de fora a torna mais suportável, pois nos desliga da nossa, ao mesmo tempo em que nos dá uma visão mais objetiva dela. Nos faz ter uma visão mais abrangente da mesma, pois nos faz vê-la de um outro ângulo.
Morin fala que ir às salas de cinema é um paradoxo, porque nos desligamos da realidade, mas de um jeito muito singular. Nós nos desligamos da nossa realidade, mas submergimos em outra, conhecendo um novo universo quase como se fosse nosso. “despertos, dormimos”, de acordo com Heráclito, o que sintetiza tanto o fato de “dormirmos” quando estamos observando alguma obra ficcional quanto o fato de estarmos “dormindo” na nossa própria realidade, sempre semi-conscientes.
Na medida em que a novela dá uma forma mais impessoal à intimidade humana por meio da ficção, ela transforma tragédias em arte, em conhecimento. Ficção, novela, teatro, faz com que os seres humanos compreendam um ao outro.
“Tornamo-nos humanos com a inclusão dos excluídos.”
Todas as formas de arte provocam o subjetivismo da nossa mente, estados poéticos, porém temporários. Depois nossa mente volta ao estado normal. Por isso a arte deve ser uma constante em nossas vidas, pois elas nos alimentam de algo finito, que nos causa fome depois.
“Em todas as obras-primas, eu repito, há um cosmos, uma riqueza multidimensional de sensibilidade, de conhecimento e, também, de pensamento.” E em todos os campos artísticos: música, pintura, cinema, literatura... Todas mostram o universo mental do artista que as criou, idéias novas, polêmicas, que geram reflexão.

Glauber Rocha
Eztetyka da Fome

De acordo com Glauber Rocha, os países desenvolvidos têm uma fome pelo primitivo, pela miséria, mas não de uma forma positiva. É uma mera curiosidade pelo exótico. E nem o homem do mundo subdesenvolvido mostra intrinsecamente essa miséria(por vergonha), nem o homem o europeu a compreende profundamente(por descaso).
No Brasil, a arte atrai o interesse do europeu na medida em que mata sua sede de primitivismo. Além disso, ela é limitada, de certa forma, pois os artistas tendem a tentar copiar uma estética falida e vazia, da arte clássica. Eles tentam fazer reproduções, coisas inspiradas naquilo, mas sai uma coisa grotesca e sem o menor sentido. Arte, para Glauber, é algo a subverter a mente humana, a passar uma mensagem, a chocar.
Em sua colonização de exploração, a América Latina desenvolveu problemas sociais de desigualdade, principalmente, e dependência dos países colonizadores, o que até hoje em dia ainda ocorre, caracterizando-a. A única coisa que muda, diz Glauber, é a forma do colonialismo. Antes, de Portugal. Atualmente, da América do Norte.
Essa condição, diz Glauber, “nos levou ao raquitismo filosófico e à impotência, o que no primeiro caso gerou a esterilidade e no segundo caso a histeria.”
Esterilidade: exatamente o ponto da arte clássica falida que as pessoas tentam reproduzir. Reprodução fiel de coisas, vazias, sem significado, mortas. O mesmo que Buñuel fala. No cinema, histórias medíocres. Nas artes plásticas, paisagens levemente belas. “Artistas que não despertaram do ideal estético adolescente”, que geram todo um mercado e grandes nomes do vazio “artístico”.
Histeria: a indignação social provoca arte intensa, cheia de sentimentos, mas com pouca mensagem, o que gera a compreensão não pelo discurso eloqüente, mas pelo paternalismo colonizador, de uma forma indigna, sentindo pena e vendo como um ser inferior que merece cuidado, e não respeito.
Daí o cinema novo surgir de uma forma original: mostra a fome latina, suas dores, seus conflitos, de uma forma humanizada a tal ponto que é sentida pelo espectador por meio da imersão do consciente no cinema.
Tendo sido criticado pelo governo, pois mostra uma realidade crua, feia, de personagens semimortos de fome, comendo qualquer coisa pra sobreviver, se revoltando contra um sistema cruel, escravista, ou meramente sofrendo dentro dele. “Para o europeu, é um estranho surrealismo tropical. Para o brasileiro é uma vergonha nacional. Ele não come, mas tem vergonha de dizer isto; e, sobretudo, não sabe de onde vem esta fome. [...] Somente uma cultura da fome, minando suas próprias estruturas, pode superar-se qualitativamente: e a mais nobre manifestação da fome é a violência.”
Para o cinema novo, o comportamento de uma pessoa que passa fome é a violência, e isso não é primitivismo, é instinto. É revolucionário na medida em que conscientiza o colonizador da existência do colonizado, que mostra uma existência miserável profunda, dolorosa, não mais mascarada de “vida simples, mas feliz”.
O cinema novo existe para mostrar a realidade, “para enfrentar os padrões hipócritas e policialescos da censura”. Qualquer pessoa pode fazer um filme assim, desde que esteja disposto a romper com as convenções e limites impostos pela sociedade às manifestações artísticas, saindo desse padrão de beleza vazia e adentrando no campo da reflexão, da revolta, da subversão.
“O cinema novo se marginaliza da indústria porque o compromisso do cinema industrial é com a mentira e com a exploração. A integração econômica e industrial do cinema novo depende da liberdade da América Latina”, visto que ela luta exatamente contra o não marginal, contra o convencional, contra o “certo”, e pela liberdade.

Pontos convergentes entre os textos:
Os três textos falam sobre o cinema e as artes em geral como formas de protesto, de revolução, de busca pela liberdade em todos os âmbitos. Como um instrumento de luta pelos ideais em que o artista acredita. Outro ponto em comum, que é um desenvolvimento dessa primeira idéia, é a de que a arte sem poesia, sem uma idéia a ser passada, acaba por entorpecer o espectador, não lhe faz pensar, refletir, ver seus problemas e sua vida de uma forma mais ampla. É uma forma de negar conhecimento, novas idéias, na medida em que você lhe mostra algo que não soma nada à sua vida.
Outro ponto em comum dos três textos é o fato de eles dizerem que a arte convencional, acadêmica, tem pouca probabilidade de trazer algo positivo às nossas vidas, de trazer algo que realmente importe.
-censura:
Os três textos falam também sobre mostrar o homem marginalizado, desprezado pela elite, como uma forma de melhor compreendê-lo, ver suas facetas, ver que ele também é um ser humano, e isso traz compreensão entre as pessoas.
Morin e Bunuel: Poesia

Pontos divergentes entre os textos:
Glauber é mais político e menos poético. Ele vê a importância maior nos fatores sociais.é claro que sem esquecer da sensibilidade e subjetividade do cinema,mas com outro foco,mais localizado nas relações sociais.Não se pode esquecer que são diferentes períodos e realidades entre os dois textos
A diferença primordial entre os três textos, mais espeficicamente Buñuel-Morin e Glauber Rocha é que Glauber é mais político, e vê a transformação das mentes humanas a partir do cinema como uma coisa mais revolucionária, social, mesmo, enquanto os outros dois vêem essa transformação, essa subversão, de forma mais subjetiva. Isso acontece porque a situação política e social de Buñuel e Glauber é completamente diferente. Um vem de um país desenvolvido, com idéias menos políticas, apesar de tão revolucionárias o quanto, enquanto o outro vem da miséria da fome sertaneja, das minorias, e quer mudar a situação política do país.

o talento e o fantasma da inutilidade resumo

O talento e o fantasma da inutilidade

1930 – Grande depressão – desemprego > solução: capacitação.
Hoje – “Sociedade das capacitações” > desemprego de mão-de-obra capacitada > trabalho migrou para onde a mão-de-obra especializada é mais barata.
Essência do texto: Fantasma da Inutilidade X Bildung
*Bildung: educação e formação de uma pessoa.
1840 – Londres > êxodo rural intenso > desemprego em massa > 6 trabalhadores para cada emprego.
*Teoria de David Ricardo: mercados e máquinas industriais reduziam a necessidade de mão-de-obra.
*Teoria de Thomas Malthus: crescimento populacional > mais gente que o necessário para manutenção do sistema.
Nenhum dos dois previa a “banalização” do conhecimento. Viam o trabalho nas fábricas como um embotador cerebral. > inutilidade: conseqüência necessária, porém trágica, do desenvolvimento.
Sociedade Moderna: acaba com “mental” X “de massa”. Muitos jovens capacitados e impossíveis de empregar. “A máquina econômica pode ser capaz de funcionar de maneira eficiente e lucrativa contando apenas com uma elite cada vez menor.”


O Fantasma da Inutilidade
Três forças configuram a moderna ameaça do Fantasma da Inutilidade:
1) Oferta global de mão-de-obra
2) Automação
3) Gestão do envelhecimento
Oferta global de mão-de-obra(motivação + bildung + salários baixos):
• Seleção por questão cultural, além de monetária: Nos países de economia de salários mais baixos, o status social que advém do emprego especializado numa multinacional, mesmo que esse seja um emprego exploratório, é maior que num país de economia de salários mais altos, fazendo com que o empregado tenha orgulho de seu emprego e seja mais eficiente.

• grande contingente de funcionários super-preparados nos países de economia de salários mais baixos: Há menos empregos que mão-de-obra especializada, fazendo com que a massa trabalhadora especializada atue em empregos com exigências intelectuais inferiores e com remuneração mais baixa do que ela está preparada para exercer.

• *exploração de trabalho infantil: As corporações preferem um trabalhador com iniciativa, capaz de tomar decisões rápidas no caso de haver algum imprevisto. Crianças dão trabalho.

• estímulo por meio de ascensão de vida através de créditos concedidos ou especialização para abrir firmas menores de terceirização de serviços prestados ou algum outro pequeno negócio. >> quantidade de start-ups vem crescido em vários países do sul.

Automação
“o reino da inutilidade se vai expandindo à medida em que as máquinas passam a fazer coisas de valor econômico de que os seres humanos não são capazes”
As máquinas não vão conseguir substituir todos os trabalhos da mão-de-obra humana, porém realizam melhor uma boa parte deles, e melhor, pois máquinas tem menor chance de falha e são mais eficientes.

Gestão do envelhecimento

• preconceito: se diz dos mais velhos que são pessoas acomodadas, lentas, com pouca energia.
• O conhecimento por eles adquirido se torna obsoleto; as empresas têm a necessidade de oferecer cursos de recapacitação. É caro demais e tratado com resistência pelos funcionários.
• Treinar um homem de 50 anos com piso salarial alto X contratar um de 25 “cheio de gás” com piso salarial alto [as empresas costumam preferir, obviamente, a segunda opção]
• Empregados mais velhos tender a ser mais críticos e lutam pelos seus direitos, enquanto os mais jovens tendem a ser mais prudentes e preferem sair do trabalho ao invés de lutarem (saem mais barato e causam menos problemas)
• Empresas que investem em capacitação são as organizações do tipo mais tradicional. Vêem na lealdade um bem corporativo.
• Menosprezo da experiência em detrimento da capacidade multivisual, dinâmica.

O Estado e possíveis soluções
“Os planejadores não perceberam que a automação poderia alterar a natureza do processo produtivo.” O governo se eximiu da responsabilidade sobre as conseqüências disso.
Os sindicatos relutaram em reavaliar toda a questão, dando prioridade à proteção dos empregos em detrimento do planejamento de alocação da futura força de trabalho.
• Solução de Theodore Kheel: transformar trabalhos não remunerados, como cuidar de crianças e prestar serviços comunitários, em trabalhos remunerados.
• Sistemas de saúde e aposentadoria > sec. XX > serviços públicos. Objetivo: redistribuição de renda; transferência de benefícios das gerações mais novas para as mais velhas. O problema é que hoje em dia, os indivíduos possuem maior longevidade, e principalmente em países do Norte, o índice de natalidade é menor, tendo como conseqüência um menor número de indivíduos ativos que possam sustentar o sistema. “embora seja justo, o sistema se tornou insustentável
• Os jovens não gostam do fato de pagarem impostos pelos mais velhos e se orgulham de ser independentes do Estado, pagando por serviços privados que o governo oferece de graça.
• Homens de classe média, de meia-idade: apartados da antiga cultura corporativa e com dificuldades de se inserir à nova.

Perícia e Meritocracia:

Perícia: realizar uma tarefa visando a perfeição, somente por fazer bem-feito. Traz satisfação. Exige prática e obsessão.
Meritocracia: sistema de hierarquia intelectual que privilegia as mentes mais inteligentes, criativas e versáteis, capazes de se adaptar a mudanças rápidas.


Aptidão potencial: “modernidade líquida”
Capacidade de ser superficial, rápido, versátil.
Avaliação de problemas através de meios superficiais e ineficazes, se aprofundados.
“Falamos da capacidade de pensar de maneira prospectiva sobre o que poderia ser feito, mediante o rompimento do contexto de das referências – um trabalho de imaginação quando bem feito. Mal feita, no entanto, essa busca do talento reduz a referência à experiência e às cadeias de circunstâncias, evita as impressões dos sentidos, separa a análise da crença, ignora a aderência do apego emocional e penaliza o esforço de aprofundamento – um estado de existência em puro processo que o filósofo Zygmunt Bauman chama de “modernidade líquida”. O que vem a ser, pura e simplesmente, condição do trabalho nos setores de ponta.

Conhecimento e poder
“A meritocracia priva de poder a grande maioria daqueles que caem sob seu domínio.”
Foucault: “A elite como que adivinharia os reais interesses da massa, fazendo-a crer que não entendia a si mesma, que era um intérprete inadequado de sua própria experiência de vida.”

As organizações, principalmente dos setores de ponta, buscam pessoas com a aptidão necessária para realizar os trabalhos, que são as de pensamento mais ágil, capazes de se adaptar a mudanças e trabalhar com pessoas diferentes a cada novo projeto. As capazes de agüentar seu fluxo rápido são contratadas, e as que não têm essa aptidão são deixadas de lado, caindo na inutilidade.

rascunho de resumo to texto porque politica

Porquê política?

A política pode ser definida como a reivindicação dos que não tem voz. Ou seja, reivindicar o que não é da maioria, o que está concentrado nas minorias dominadoras, que tiram vantagens desses privilégios para seus bens pessoais.

No sistema capitalista moderno, a política entrou num estado de letargia, na medida em que seu funcionamento passou a não causar quase nenhuma conseqüência na desigualdade de distribuição de renda, ou de mudar drasticamente a situação de pessoas que vivem na miséria. Ele diz que “a arena política, dos partidos e das instituições representativas, foi abandonada pelo poder econômico e o poder político foi transformado em um simulacro. [...] os mecanismos da democracia representativa eram insuficientes para processar os novos interesses criados pelo capitalismo mais dinâmico do planeta [o dos estados unidos].” Daí, continua: “[...]as formas da democracia representativa, o principal lugar onde se exerce política, são claramente insuficientes para processar os novos conflitos sociais, econômicos e de interesses, no capitalismo globalizado. [...] é preciso acrescentar às instituições da democracia representativa novas formas de fazer política porque ela se tornou irrelevante para os que dominam e inacessível para os que precisam fazer reivindicações.”

Por isso, de acordo com Francisco de Oliveira, é preciso reinventá-la, retomá-la, para que ela possa ser um instrumento de todos, principalmente da maioria menos favorecida, tendo em prioridade o bem comum e não só o de poucos. Essa retomada da política, diz ele, tem de ser feita agora mais que nunca, uma vez que as grandes corporações estão ditando a política de todos os países, principalmente os que estão em desenvolvimento. . Se o país deixa de cumprir alguma meta, as ações da dívida externa brasileira são postas em descréditos, pois se o risco Brasil aumenta, o país perde a credibilidade, a confiança de que vai pagar as dívidas. As ações
O controle das grandes empresas e corporações sobre o cenário, atitudes e comportamentos dos países do mundo inteiro vem se tornando monstruoso e incontrolável. Para combater a influência das grandes corporações e a falta de política, Francisco de oliveira sugere em seu texto algumas das possíveis soluções, já que o quadro mundial apesar de assustador, ainda oferece esperança na busca a democracia. A criação de novos lugares para decisões políticas, recriação da política. Clubes democráticos, órgãos governamentais regidos pela sociedade civil que debatam e discutam questões governamentais e que tenham garantia que suas opiniões sejam totalmente levadas em consideração para decisões do país. Ou qualquer medidas eficientes que supram esse inquestionável direito da sociedade: reivindicar.

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