quinta-feira, janeiro 10, 2008

alguma filosofia tem nisso daqui...

They're going to find us.

Na nossa condição de ilhas inatingíveis, nos desesperamos em solidão. Seus pensamentos serão para sempre seus, e só seus, pois até o trajeto de ser transformado em palavras e relatado o modifica.
É uma pena que tenhamos perdido a habilidade de conversar sem palavras em troca da privacidade (que só é necessária àquele que quer esconder algo!) de nossos pensamentos.
Isso causa tantas coisas negativas! A começar pelas máscaras de cada dia, que usamos sempre, e as temos uma para cada pessoa ou conjunto. E depois, vem a hipocrisia, a falsidade... Tudo pela "diplomacia". Quanto mais eu penso a respeito do comportamento humano, mais me dou conta da estranheza de nossa raça.
Todas as coisas que nos causam repugnância são características nossas, e vemos os nossos defeitos refletidos nos outros, e é isso o que mais odiamos. Talvez porque nós nos percebanos, talvez porque nos odiemos.
Que outro ser para pra pensar nos sentimentos, ao invés de simplesmente senti-los? Que outro ser se percebe de uma forma negativa, se odiando?
ah, como eu gostaria de vencer as barreiras que me prendem a essa existência; ah como eu gostaria de ser simplesmente energia, sem um corpo fisico a me limitar, e todas as características comuns à minha raça!
Mas minha impaciência é meramente um sinal de imaturidade. Ao menos eu sei entender a minha insignificância, e a minha importância, paralela àquela.
Imaturidade... belas são as flores quando desabrocham, mas frágeis são suas pétalas, que se desfazem com um sopro de vento. Duros e rijos são os baobás, contudo, e estes, em sua magnitude, são o mais próximo que temos de grandes mestres, e deveriam ser observados e usados como exemplo. Vivíssimos e atuantes, apesar de aparentemente inertes. Recebem a água com os braços erguidos, e o máximo de esforço que fazem em busca dela é estender suas raízes. Não derrubam outras árvores, nem querem possuir os lagos.
E nós, em nossa inferioridade, queremos possuir, guardar, usar a força, se necessário. Nossa dimensão de seres moventes, de vida dinâmica, nos impõe uma dura prova: o direito de escolher entre o bom e o mau, e a facilidade e aparente impunidade de escolher ferir outras formas de vida.
Mas se bem que tudo faz parte de um ciclo... O mau pode fazer bem por um outro ângulo, e provavelmente o fará, tanto o quanto fará mal.


Pobre de mim, tão insignificante, engatinhando num mundo que nunca poderei entender.

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