quinta-feira, fevereiro 18, 2010

eu queria entender
mas não sei nem mesmo perguntar para que alguém me responda.

eu queria falar a respeito
mas as palavras simplesmente não conseguem traduzir

eu queria segurar o pulso dessa mão que aperta meu corpo
e eu queria quebrá-la com a minha força

a música, contudo, parece dissolver aos poucos isso que me aperta
mas mesmo assim, agora, por exemplo, quando eu estou num estado indefinível extremamente torturante
nem isso adianta.

meu corpo sente fisicamente. acho que isso faz parte do meu exagero sentimental. isso é um caralho oh...
toda vida isso volta.
toda vida
sem-pre


eu me odeio e à minha apatia.

e eu nem quero morrer
nem nada trágico
eu simplesmente
quero
que
isso
passe.

só isso.

tem infinitos gritos ecoando no meu cérebro.
infinitas palavras não ditas engasgadas na minha garganta.
infinitas culpas que eu espalho por aí, infinitas pessoas que eu continuo querendo perto e afastando
afastando
afastando...

e meu medo é tão surreal...
vem disfarçado, mas eu sei que ele é a causa de tudo
ou será que não?

na verdade, só uma guitarra distorcida e pesada com um baixo gordo me fazem ficar menos mal.
ou não.
a mesma dor que eu sinto
a mesmíssima dor...


a tristeza infinita do passado galopante, me empurrando pra um futuro que eu não quero.
vou chutar a cabeça do cavaleiro, montar no cavalo e sair voando.
eu juro!
eu preciso
eu quero.
eu odeio odeio odeio sentir pena de mim.
odeio.
sinto é raiva.
mas também odeio sentir raiva.
então, acho que por isso me odeio.
mas que merda.
que se foda tudo isso.
eu nem sei o que eu quero mesmo
nem quem eu sou
nem porque eu sou aqui
e vivo assim
e porque eu acho que deveria ser tudo diferente
quando na verdade as coisas sempre são diferentes e meu sentimento nunca muda
só o exterior
eu dentro de mim continuo a mesma ruína humana
decadente
horrorosa
e linda
e idealista
e tão inteligentemente burra.

vai entender...
"nem eu mesma consigo..."

_|_

terça-feira, fevereiro 16, 2010

330

três
dizem que é o número perfeito
o número do equilíbrio.
o número cujo complementar é 7, o número sagrado

é incrível que com tantos desses na minha vida, eu ainda assim sou o paradoxo.
feliz e triste? não... muito simples...
viva e morta.
quem sorri e chora ao mesmo tempo.

rir dá vontade de chorar.
chorar dá vontade de rir.
andar dá vontade de sentar
e sentar dá vontade de levantar
e sair andando
e não voltar
e não olhar pro que passou
mas eu olho
eu vivo olhando para o passado
o passado cavalga frenético no meu encalço, me assustando rumo ao penhasco do desconhecido.
eu olho no espelho e vejo um desesperado pedaço de carne, ansiando pelo mundo material que despreza.
cada detalhe de mim me mostra o amor próprio que me escapa.
a falta de cuidado
a decadência de uma mente perturbada
profundamente perturbada, compulsiva pela análise
paranóica com os 'se's, iludida pela imaginação
eu estou tão longe da realidade...
a quilômetros de distância, e ainda assim, vivendo nela, nessa minha que eu sei que é tão distorcida.

alguém me ensina a ligar o foda-se?

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