terça-feira, outubro 28, 2008

orchid - black sabbath

sabe quando o coração chora? Milhares de pensamentos por segundo, fluidos e jorrantes, urrando como o mar.
Mais um cigarro, já to sentindo essa porra destruir minha saúde. Se bem que, no momento, não tô vendo muita utilidade pra ela.

Um sorriso doeu mais que milhões de agressões, porque a raiva é rebatida com raiva. Mas a meiguice, no meio de muita mágoa, arrasa o autocontrole de qualquer um. Sabe... Quando eu penso em todas as brutalidades não sinto nada. Mas quando vejo aquele sorriso tão lindo, tão sincero, que eu retribuí com ironia, ainda vêm lágrimas nos meus olhos.
Isso realmente me fez pensar no que eu realmente devo fazer... Porque, meu deus, como dói viver sem meu pai perto de mim.
Tudo o que eu quis durante muito tempo foi aquela visita surpresa com aquele sorriso de quem é jovem sempre, apesar de já não o ser mais. E eu tava com sentimentos tão horrendos dentro de mim que chutei aquela porra de sentimento como se chuta uma latinha no chão.
E agora, quando eu lembro, simplesmente não consigo parar de chorar.

Caralho! Depois que aquela mulher apareceu na vida dele, eu fui sendo arrancada aos pouquinhos de dentro dele. Não completamente, claro, porque nada tira o amor de um pai a um filho. Mas minha imagem foi se distorcendo na cabeça dele, e agora, junto com amor, vejo uns tons de desprezo, de reprovação.

Só que não hoje... Hoje ele veio com o coração aberto. E eu... Chutei. Isso. Friamente; ou foi o que pensei na hora.

Só que agora parece que todos os cachorros do inferno tão latindo nos meus pés, e rosnando. Porque fazia sei lá quantos meses q eu nem me sentia remotamente triste. Agora, to sentindo meu coração escalpelado de toda a pedra que eu coloquei em volta dele.

Orchid... Acho que ele, no momento, seria a única pessoa que conseguiria me fazer chorar, além de mim mesma. E, no fim, acho que nós dois contribuímos pra isso.

Mas porra... Só digo que ele mereceu porque... Sei lá porque. Porque ele tem esse maldito dom de apagar todas as merdas q ele faz com um sorriso, e ainda me fazer sentir culpada, quando na verdade ele me maltrata só pelo fato de existir.
Quando eu vejo a vida que ele tem longe de mim, me fazendo uma parte secundária e mínima de sua existência. Quando eu vejo que ele não reconhece em mim nada de bom que eu realmente sou, porque não tenho tempo de mostrar isso pra ele.
Caralho, como dói oh...

Porra!

E logo hoje...


Hoje


a imagem que to vendo: uma mão espremendo uma pedra, que quebra como se fosse barro seco. De dentro dela, sai um coração pulsando. Despido de sua armadura, essa mão começa a espremer esse coração, espetá-lo e cortá-lo, sem um pingo de dó, mas com toda a gravidade e respeito que merece.


caralho, como é que pode um sorriso daqueles fazer doer desse tanto?
e o mais impressionante de tudo, é que eu o amo tanto, mais que quase tudo nesse mundo. Amo demais, e loucamente, e pra mim, ele, apesar de todos os defeitos, é o exemplo da perfeição.

Queima, é intenso, sofre, chora, ama e esquece... Eu pareço mais com ele do que à primeira vista demonstro... Deve ser por isso o conflito. O temperamento é igualzinho!

eu queria pega-lo com as mãos, colocar dentro de uma bolha e guardar.
Louco, insano, psicotico, mas sinto muita falta do meu pai. É uma coisa muito fudida!








amar é muito ruim.
quanto menos, melhor. Porque uma dorzinha qualquer de alguem que você ama supera tudo de bom que já aconteceu! É que nem enfiar uma agulha num nervo e transmitir td de ruim do mundo!


bleh
enfim...

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