quarta-feira, abril 08, 2009

260 postagem: uma ficção inspirada em fatos reais. Ler escutando Charles Mingus: Goodbye pork pie hat

meu relógio progride sem o tic tac. Fica lá, pendurado na minha parede, mudo, vítima dos lampejos dos meus olhos quando estou observando a fumaça do meu cigarro. Um relógio moderno, digital, mas barato. Tem umas duas luzes neon queimadas, que eu gosto porque me confundem quando vejo as horas.
Enquanto a chuva arrasa o mundo microscópico, seu som retumbando como se quisesse demonstrar a guerra em miniatura que está acontecendo lá fora, eu estou deitada, calma em meus lençóis, escutando um jazz regado a whisky, ruminando os acontecimento do final de semana passado.
Eu sempre achei que tinha nascido na cidade errada, no século errado, e que tenho a idade física errada pros meus 17 anos. Não aguento mais sair e encontrar meus amigos fúteis, presos em suas vidas fúteis e supostamente livres. Uma classe média cheia de pseudo-cultura, de peudo-conversas sobre os acontecimentos internacionais mal contados pelos jornais, de pseudo-conhecimento sobre música, livros e revistas pseudo-underground. Será que ninguem vê que o anti-popular é popular hoje em dia? Será que ninguém vê que não tem mais lugar pra loira burra que todos tanto queriam no século passado?
Mais uma vez a juventude acha que está superando seus pais, que está sendo revolucionária, que gostar do que os outros não gostavam a torna melhor, diferente. Mas ao contrariar as idéias dos nossos progenitores, estamos meramente nos rendendo a Darwin.
Nosso caminho regado a drogas só nos faz permanecer num estado latente de vida. Somos como o plâncton no mar, somos levados pela correnteza, e achamos que fazendo arte, estamos nos libertando.

Mas na verdade, o ato de criar pensamentos tocáveis nos afasta cada vez mais uns dos outros...
criamos nossos mundos, interpretando fatos e acontecimentos, e nos negamos a permanecer juntos. Cada pessoa quer ter uma idéia original que os torna únicos, mas a verdade é que isso só serve pra nos segregar em raças, países, grupos e, por fim, universos isolados, impossíveis de unir.


A chuva cai, o mundo microscópico pulsa, se agita, o relógio é a síntese do tempo, que passa e nos arrasta consigo, e achamos que sendo únicos nós marcaremos o mundo de alguma forma. Mas a realidade é justamente o oposto...


cansei de falar sobre isso.
essa música do john coltrane é muito agitada... porra de flauta chata. mingus é bem melhor...

agora, sim...
enfim. os acontecimentos do final de semana passado... nada demais. coisas vieram, coisas se foram, nada mudou. ou mudou, porque sempre acaba mudando alguma coisa a cada segundo. eu mudei, porque não consigo mais ver as coisas como eu via há duas semanas. o problema é que isso é uma coisa cíclica... não consigo sair desse lugar. o que será que eu preciso fazer?
Mudar.

primordialmente, é isso.
Mas como?

Tentando até conseguir.

Primordialmente, é isso. Mas COMO?

vê a redundância na idéia?
:)

segunda-feira, abril 06, 2009

eu tava pensando aqui...
em como eu sou do contra.

se eu nao posso uma coisa, quero
quando eu tenho, não quero

quando eu sou desafiada, viro outra pessoa
acho que não me esforço pra ser entendida.
quando pensam uma coisa, eu me mostro outra só pra dúvida permanecer pra sempre.

nem é bem isso..

é tipo aquela coisa de
odeio quem chega com idéias formadas e imutáveis.
sinto logo vontade de jogar aquela dúvida em cima das certezas das pessoas, sabe...

acho ridículo quando vejo o ser humano formulando um julgamento a respeito de outros, difundindo aqele julgamento e os terceiros acreditando.

dá pra ver aquilo transparecendo no olhar, sabe...

se chegam com queixo de 'sou o fodão e sei que você me quer', desprezo
se chegam com interesse em compartilhar idéias, compartilho
e se chegam com idíasformadas fingindo que querem discutir o assunto, eu vejo, cara
eu sinto
e paro.

duvide de mim, e eu vou te menosprezar.
me desafie, e eu vou dar meu melhor, mesmo que eu perca.
e juro que nao sinto magoas
odeio gente competitiva demais, que quer porque quer ganhar.
eu deixo..
não tenho o menor problema


quer discutir daquele jeito burro, sem argumentos, continuando porque quer sair por cima?

já ganhou. não perco meu tempo falando com paredes, acredite.

domingo, abril 05, 2009

eu nem quero disfarçar nada
nem quero dizer também

quem eu quero não me quer
e quem eu não quero não me esquece

e

é uma coisa que fica guardada dentro, aqui

que eu só queria me abrir e soltar..

mas isso não tem nada a ver com as palavras antes do 'e' solto, ali

vai entender...

ou não entenda, melhor dizendo


esquecer não é perder

você acha, um dia, o que foi esquecido


o perdido, se perdeu por aí



e


eu nem entendo o que eu to sentindo agora
só sei q não é nem de perto positivo pra mim
talvez pro meu crescimento


e to com medo de dormir
porque tive pesadelo na noite passada
=)

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