terça-feira, março 25, 2008

O "eu idealizado" e a prática de viver

Eu ligo a televisão e assisto à propaganda do novo Eco Sport, pego o ônibus e, quando passo pela avenida Santo Amaro, vislumbro, tanto de um lado como de outro, aqueles prédios enormes residenciais com telhado suiço lá no topo, passo pelo Jardins e vejo aquela proliferação de restaurantes à meia-luz e mulheres com longas pernas e peles tão lisas que só de ver, é possível sentir seus perfumes. E eu acabo por pensar: "eu queria ter isso aí, queria estar ali, sentir aquilo...". Mas tal pensamento não dura mais do que 10 segundos. Ele existe e faz sentido para o meu eu idealizado. Para aquele eu que não existe (e talvez nunca exista, porque ele simplesmente é ideal demais para ser verdade) e não para mim, eu prático. Meu eu prático contenta-se com qualquer esfiha de boteco e festa na laje ao som do mais belo funk. Mas meu eu idealizado é importante, obviamente. É a partir dele que crio as expectativas e sonhos, os objetivos a serem alcançados. É ele quem vai casar, vai ter filhos, vai viajar, ter uma casa de praia nos Emirados Árabes e falar 14 línguas. E enquanto isso não acontece, eu vou vivendo como dá com o meu eu prático. Ele acredita, eu sei, no fundo, que um dia os dois podem se juntar e ser um só. Qualquer dia desses eu junto meus pedaços e vou assistir a uma corrida de cavalos no jóquei clube (meu 1º sonho a longo prazo).

Sabe por que a loira instalou um pára-raio no teto do carro dela? Porque ela tem medo de sequestro-relâmpago. =P

Tô ouvindo: Cornflake Girl - Tori Amos

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