sexta-feira, novembro 24, 2006

Sinal Fechado

– Ola! Como vai?
– Eu vou indo. E você, tudo bem?
– Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar um lugar no
futuro... E
você?
– Tudo bem! Eu vou indo, em busca de um sono
tranqüilo...
Quem sabe?...
– Quanto tempo!...
– Pois é, quanto tempo!...

– Me perdoe a pressa, é a alma dos nossos negócios!
– Oh, não tem de quer! Eu também só ando a cem!...
– Quando é que você telefona? Precisamos nos ver por
aí!
– Pra semana, prometo, talvez nos vejamos... Quem
sabe...
– ...Quanto tempo!
– Pois é... Quanto tempo!...

– Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na
poeira das
ruas...
– Eu também tenho algo a dizer, mas me foge à
lembrança!
– Por favor, telefone! Eu preciso beber alguma coisa
rapidamente...
– Pra semana...
– O sinal!...
– Eu procuro você...
– Vai abrir!...
– Prometo, não esqueço...
– Por favor, não esqueça. Por favor!...
– Adeus!
– Não esqueço...
– Adeus!
– Adeus!






não é de minha autoria, mas...







adeus é a mais triste das palavras,
e a pressa torna tudo mais cruel.

a melodia, sempre tensa, caminha por entre meus poros
me faz derramar lágrimas de alma.
essa poesia, modesta, nada sensacionalista, mal chega a ser um detalhe na história da arte brasileira, me toca de forma tão profunda, tão .. sincera, que, surpresa, me desespero.
mas não faz a menor diferença, não é mesmo?



sem mais delongas, adeus...

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