domingo, janeiro 13, 2008

como eu posso me sentir feliz se meus antepassados me deram terras usurpadas de antigos povos? como eu posso ter orgulho da cor da minha pele se o branco é o que bebeu mais sangue alheio?
pois eu sofro o peso da culpa de milhares de anos de genocídio, fratricídio, ganância e violência, e isso nem mil gerações dos que estão por vir irão apagar, e nem as raças subjugadas estariam livres das marcas desses anos "brancos", de "progresso", nem que nós estivéssemos dispostos a devolver tudo o que temos em posse. Curtas são minhas palavras, mas profunda é minha amargura por ter sido fruto dessa vilania.
Sou uma branca de alma negra, 'índia', arborígene. E eu preferia mil vezes ter perecido séculos atrás, depois de ter experimentado a integração e o equilíbrio de uma sociedade tribal, do que ser uma cidadã do século XXI, com essa minha vidinha vazia de internet e informação digital (menos segura que letras em papel higiênico)

odeio o que o mundo se tornou.

Um comentário:

Anônimo disse...

essa mentalidade dos dominantes a respeito de progresso e desenvolvimento é no mínimo questinável.. o que será que os índios há 5 seculos atrás pensavam sobre desenvolvimento e progresso? acho que tou com os indios ;pp


amo vc e seus textos apaixonados..

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